©  Nathan de  Castro
Quisera um poema feliz para o meu natal,
mas não existe neve  nas ruas dos meus poemas.
Trenó?... 
Quando criança eu conheci o  carro-de-boi.
Cantava bonito, o tal carro, e não precisava  do
acompanhamento de orquestras sinfônicas,
no horário nobre da  televisão...
Cantava lá nos trilhos da serra, mesmo.
Quisera um poema  feliz para o meu natal,
mas a cerveja acabou, e a miséria 
acaba por  ganhar a corrida para a fórmula suja da
corrupção.
A enchente já  chegou à periferia dos meus poemas.
Bueiros entupidos!... Muito lixo nos  caminhos
dos versos natalinos.
Cenas repetidas...
Serão verdadeiras ou  estou a viajar pelo tempo?
Barulhos da primavera chamando pelos  badalos
do verão.
Feliz ano novo, velha estação!
Quisera um poema  feliz para o meu natal.
Nem vejo passar.
Amanhã é dia de sol ou de muita  chuva; e janeiro
é logo ali, depois do próximo verso.
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