Biografia
Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil para sua mãe, em que o uso do fórceps pelo médico causou-lhe um afundamento da mandíbula que o marcou pela vida toda. Criado no bairro carioca de Vila Isabel,  primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa da  professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média,  tendo estudado no tradicional Colégio São Bento.
Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela  música — e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao  violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Entrou para a  Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco  atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à  cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.
Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, Minha Viola e Toada do Céu, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de Com que roupa?,  um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do  cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com  os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa  perguntou: "Com que roupa eu vou?" Noel revelou-se um talentoso cronista  do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela  veia crítica. Orestes Barbosa, exímio poeta da canção, seu parceiro em Positivismo,  o considerava o "rei das letras". Noel também foi protagonista de uma  curiosa polêmica travada através de canções com seu rival Wilson Batista.  Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e  bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira,  incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.
Noel teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci, a prostituta do cabaré,  sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e  fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo  na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os  homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos  de caso com ela, eles se encontravam no cabaré a noite e passeavam  juntos, bebiam, fumavam, andavam principalmente pelo bairro carioca da Lapa,  onde se localizava o cabaré. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes,  ela o compensava com noites inesquecíveis de amor. Noel passou os anos  seguintes travando uma batalha contra a tuberculose.  A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para  o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima  mais puro, sempre voltava para o samba, a bebida e o cigarro, nas  noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes.  Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai.[nota 1] trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais,  recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado. Faleceu  em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em  consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou Lindaura  viúva e não foi pai de nenhum filho. Lindaura e dona Martha cuidaram  dele até o fim.

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua Visita.
Volte sempre!