_ manjedoura de concreto_
aziago , o pranto que singra a terceira margem da cidade
um rio de sangue e fome ,derrama-se pelas ruas e calçadas
nasceu um menino-feio-esquálido nos vãos frios do viaduto
nenhum anjo apareceu,reis não vieram,sequer uma estrela pífia
para indicar atalhos daquela via dura e crua de aço e concreto
somente a sentença inapelável das vielas de riscos e errâncias
no saco de papel,onde maria abençoou o cordão de seu umbigo
nasceu um menino, condenado a espreitar a vida pelas frestas
urbanas, sem loas, sem trombetas , sem visitação, sem unção
nasceu um menino-triste,destinado a crucificação dos excluídos
na manjedoura de concreto,vigas de aço se acendem como círios
nasceu um menino,e mais outros, lá na terceira margem da vida:
_ açoitados cristos!
anadeabrãomerij
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